


Acabou o INDIE. Vi menos filmes que em 2004: seis filmes apenas. Mas eu os escolhi a dedo, e se não vi mais outros foi porque meus horários de trabalho não me permitiram. Talvez o que mais gostei tenha sido um filme australiano chamado "Sob o efeito da água" (Little fish, Austrália, 2005). Amei, amei. As cenas da personagem na piscina falam dessa dificuldade em "respirar" que tem ela, a dificuldade de apreender a realidade e me parecem semelhantes à da personagem da senhorita Binoche em "Blue", do Kieslowski. É a mesma angústia que as move quando mergulham no mundo azul e retangular da natação. Buscam a fluidez da água? Querem respirar de novo, quando o mundo se faz demasiado doloroso e rígido. A água, o elemento da fluidez, onde os corpos perdem a dureza do ser. A realidade é opaca e dolorosa. Dentro da psicina tenho um desafio: vencer a ausência do oxigênio de que necessito, respirar corretamente para seguir em frente. É a metáfora da vida: respirar para seguir em frente.
**************************************************


Outro filme bárbaro é "Tapas"(Espanha/Argentina/México, 2005). Trouxe a Espanha para mim. E uma leveza. Impossível não me divertir com Raquel, a personagem que fica sem conexão com a internet, e se angustia e se desespera. São histórias bem sensíveis que se cruzam num bairro catalão. O cinema sempre vai falar de esperança. E da busca por saídas. Essa resposta já é, em si, a arte. Como uma saída ao caos, às dificuldades de comunicação do mundo contemporâneo. Mas as buscas do ser humano continuam muito parecidas ao longo dos séculos. Eu posso falar sobre elas em outra oportunidade.
*****************************************************
A palavra é sonho. E não é fácil entrar em contato com isso. A realidade é uma bigorna caindo sobre minha cabeça hoje. Mas vai passar. Nem que seja só a Banda de meu adorável Chico...
Nenhum comentário:
Postar um comentário