segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Dissabores

Estou amargando o absoluto desgosto com a Educaçáo. O discurso de que no Brasil náo se valoriza o professor me atropelou, me pisoteou, me triturou a paciência. Odeio ver morrer meu idealismo, mas é hora de encarar os fatos: chegou o fim da minha história como professora. Náo sei o dia em que vou deixar as salas de aula, mas estou segura de que estou na reta final. De quê adianta investir anos em uma formaçáo, fazer um Mestrado, viajar, acumular cultura, engordar o paideuma, investir na formaçáo continuada até no exterior se no final é o mesmo discurso medíocre de que o professor náo é valorizado? E o fato é que NÁO É MESMO! Está claro.

É irônico: pela primeira vez na História uma mulher assume a reitoria da Harvard University. Mas no Brasil avança-se muito pouco... Náo falo de questóes genéricas, pois os salários de homens e mulheres na Educaçáo felizmente sáo iguais por aqui. Mas estamos muito longe da valorizaçáo cidadá de todo e qualquer profissional, sobretudo os da Educaçáo. De quê serviria eu começar esse ano (ou no próximo) um Doutorado, se as universidades públicas estáo ameaçadas com o fim da sua autonomia, e no final seráo empregados de uma instituiçáo pública, e nada mais?

Sinto-me frágil, sufocada, sem forças... Sei que há quem valorize o meu fazer profissional, o meu conhecimento. Mas náo deveria haver esse discurso medíocre que se repete de boca em boca nesse país. Náo quero continuar professora. Sinto-me cansada, esgotada.

A Educaçáo, finalmente, se tornou apenas mercadoria. Eu, proletária vendendo minha força de trabalho. O senhor Marx continua muito atual.

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