Mi mirada sobre la ciudad

Hoje lancei um olhar amoroso sobre Belo Horizonte. Como os que já lancei tantas vezes, acho. Caminhava da Savassi em direção ao encontro da rua da Bahia com Guajajaras, era fim de tarde. Nunca havia notado a vista lateral do Palácio da Liberdade, nem a silhueta do Edifício de Niemeyer visto da Cristóvão Colombo. Tudo aquilo me maravilhou... Depois surpreendeu-me a iluminação de Natal, a praça da Liberdade está linda. Tenho a impressão de já ter visto decoração mais bonita na praça, mas essa também me agradou. Hoje tudo me parecia diferente, os prédios do bairro de Lourdes enchiam meus olhos. Era como se eu estivesse vendo Belo Horizonte pela primeira vez. Exercitei minha flanêrie exaustivamente, captando cada edifício, cada rua, cada pedacinho de céu. Dei uma paradinha na Doceria Mole Antoniella para degustar uma bomba de chantilly e um bombom de vinho, hummmm...

Amo viver em BH, e hoje senti que se eu fosse morar em outro lugar algum dia, essa cidade iria comigo, pois ela já faz parte da minha alma. Não deixaria de amá-la, nem a perderia. Ela faz parte de mim, do que sou nesses dez anos em que a habito. E posso dizer, sem medo, que habito Belo Horizonte, e nesse aspecto a língua francesa é mais feliz que a portuguesa ao utilizar o verbo habitar com o sentido de morar, viver. Afinal, o que é "ser habitante" de uma cidade?

Lembro do Walter Benjamim dizendo que "habitar é deixar rastros". E deixo os meus quando caminho pelas ruas que tantas vezes já confundiram meu senso espacial, meu senso geográfico... Hoje a geografia de BH me pertence... Em parte, mas me pertence. Eu sei parte dessa metrópole... Conheço alguns dos seus caminhos. Ainda tenho muitos por desbravar, mas eu a sei. E que bom é sabê-la! Sabê-la é amá-la. O que não sei ainda me fascinará um dia.

Meu amor declarado por Belo belo Horizonte...