Minas Gerais me poetiza. Suas montanhas, suas igrejas barrocas (a idéia de ouvir os resquícios de sons de cravo nas suas naves seculares...), seu chão tão mineral (mais mineral que outros por onde andei), sua natureza exuberante, a vista dos vales, a língua de Minas...
Em Minas, sinto-me em mim.
Minas me toca em lugares insuspeitados: lugares que nem mesmo têm nome, que nunca haviam sido visitados por outros sentimentos.
Declaro, publicamente, meu amor por essa terra, porque amores de verdade têm que ser ditos aos quatro ventos.
Acaricio Minas com minhas palavras amorosas:
A língua de Minas é composta do vocábulo ‘chuva’.
São caros também os outros:
lama, espera, arco-íris.
A própria palavra ‘Minas’
é líquida.
Dentro dela flutuam
gente, bois, cachorros enormes,
plantações de milho.
E curvas de estrada
que vão mudando a posição do horizonte.
A língua de Minas
cria estratégias para saída e chegada:
paciência, carros de boi, ir a pé.
E surgem, inevitavelmente:
ilha, angústia, resignação.
Ela tem a sonoridade
do derramar-se sobre o telhado,
do gotejar do depois que cessa,
da enxurrada que se forma durante e depois.
Trata-se de uma língua aquosa
pluvial, torrencial.
A língua de Minas é feita de chuvas.
E algumas lesmas.
E guarda-chuvas esquecidos em ônibus intermunicipais
e edifícios públicos.
São caros também os outros:
lama, espera, arco-íris.
A própria palavra ‘Minas’
é líquida.
Dentro dela flutuam
gente, bois, cachorros enormes,
plantações de milho.
E curvas de estrada
que vão mudando a posição do horizonte.
A língua de Minas
cria estratégias para saída e chegada:
paciência, carros de boi, ir a pé.
E surgem, inevitavelmente:
ilha, angústia, resignação.
Ela tem a sonoridade
do derramar-se sobre o telhado,
do gotejar do depois que cessa,
da enxurrada que se forma durante e depois.
Trata-se de uma língua aquosa
pluvial, torrencial.
A língua de Minas é feita de chuvas.
E algumas lesmas.
E guarda-chuvas esquecidos em ônibus intermunicipais
e edifícios públicos.
Amor declarado, eis-me aqui, aos vossos pés minerais!
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