
Perdi a conta de quantas vezes mudei de casa em Belo Horizonte. Anteontem, conversando com a Samantha, ela me contava de como havia sido a trajetória de uma amiga dela com as mudanças. Então, me dei conta de que era muito parecida com a minha, e por isso vou tentar reconstrui-la aqui.
Vim morar em BH em fevereiro de 1996. Uma mala média e uma caixa - pequena - com meus livros. O primeiro endereço foi próximo à PUC. Era uma viagem todas as manhãs da minha casa até a UFMG: acordava muito cedo, ficava quase uma hora no ônibus lotado, voltava pra casa cansada, à tarde. Fiquei três meses nesse endereço, e decidi que queria morar mais próximo ao centro: fui morar no Barro Preto. A mudança foi feita de ônibus mesmo, a mesma mala e a caixinha de livros.
No Barro Preto, tinha o quarto já mobiliado (como na casa anterior), mas o colchão, sabe como é, estava meio mole. Comprei um colchão decente e a minha bagagem ganhou alguns centímetros quadrados a mais. No final desse primeiro ano, ou no início do ano seguinte, formei uma república com algumas meninas de Conquista. Fomos morar num bairro próximo à UFMG, e, dessa vez, um táxi levou minha mudança. Depois me mudei pra mais perto da UFMG ainda - podia ir à faculdade a pé - e uma amiga fez a mudança comigo em seu carro. Eu tinha uma arara de roupas, um baú, o colchão, muitos mais livros, uma mala grande de roupas e uma mesa com cavaletes, que tenho até hoje.
Morei um ano nessa casa, alugava um quarto na casa de duas senhoras, uma delas com 84 anos, duas figuras. Elas se metiam na minha vida até não poder mais, só agora eu vejo o quanto eu fui paciente e boa moça com elas! Quando me mudei daí, voltei pra região central, fui morar atrás da Faculdade de Direito da UFMG. Dessa vez, fiz a mudança em uma kombi. A biblioteca havia crescido um pouco mais, o closet aumentado. Fui morar com um bando de meninas da terra de Drummond.
Dessa república drummondiana me mudei em novembro de 2000, quando vim morar sozinha. Essa foi a última mudança, e eu já tinha então: cama, colchão, escrivaninha, computador de mesa, estante, arara, baú, mesa com quatro banquinhos, muitos livros, um aparelho de som, discos, panelas. A mudança foi feita em um caminhão pequeno, tipo essas F4000.
Chegamos à conclusão, Samantha e eu, de que as próximas mudanças - minha e de sua amiga - sairão em caminhões de mudança, desses grandes, tipo caminhão baú. E ela me desabafou algo: a gente desaprende a simplicidade de ser feliz quando troca a mochila por uma mudança grande em caminhão baú.
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