É mesmo muito preciso que nós, brasileiras e brasileiros, revisemos o nosso conceito de identidade nacional e cultural, e que nos perguntemos seriamente qual a auto-imagem que construímos na aldeia global. Quem somos nós aos olhos da Europa velha e caquética, ansiosa por braços jovens para sua indústria, mas - paradoxalmente - ressentida com o crescente número de imigrantes, sobretudo os africanos e os latinoamericanos? Quem somos nós diante dos EUA? Os últimos episódios relacionados com os brasileiros "inadmitidos" em Madri, entre os quais integrantes da comunidade acadêmica brasileira, dão a dimensão do desrespeito e da arbitrariedade das autoridades espanholas e de outros países, que nos tratam como "perros" (li que essa foi a palavra usada por um policial aduaneiro de Madri com um dos "inadmitidos"), dando as costas para os tratados diplomáticos estabelecidos entre o Brasil e outras nações.
É muito preciso que o conceito de cidadania esteja em contato estreito com o de universalidade, e que a proposta da aldeia global econômica também estenda suas fronteiras políticas aos que queiram transitar pelo mundo. Eu me irritei profundamente (e tenho me irritado desde que os meios de comunicação começaram a noticiar a expulsão de brasileiros do território espanhol e tembém de outros países europeus, que têm crescido desde o ano passado) com o fato da imprensa eletrônica espanhola associar a notícia dos 30 brasileiros "inadmitidos" com as notícias da presença de brasileiros no esquema de prostituição de mulheres e da desintegração de uma quadrilha de curandeiros brasileiros (veja aqui). Tudo isso revela preconceito e discriminação com os nossos compatriotas.
Decidi escrever uma carta dirigida ao diretor do periódico em questão, mas a mesma não foi publicada. Aproveito para publicá-la aqui, preciso extravasar minha indignação.Ei-la abaixo:
"Estimado director,
É muito preciso que o conceito de cidadania esteja em contato estreito com o de universalidade, e que a proposta da aldeia global econômica também estenda suas fronteiras políticas aos que queiram transitar pelo mundo. Eu me irritei profundamente (e tenho me irritado desde que os meios de comunicação começaram a noticiar a expulsão de brasileiros do território espanhol e tembém de outros países europeus, que têm crescido desde o ano passado) com o fato da imprensa eletrônica espanhola associar a notícia dos 30 brasileiros "inadmitidos" com as notícias da presença de brasileiros no esquema de prostituição de mulheres e da desintegração de uma quadrilha de curandeiros brasileiros (veja aqui). Tudo isso revela preconceito e discriminação com os nossos compatriotas.
Decidi escrever uma carta dirigida ao diretor do periódico em questão, mas a mesma não foi publicada. Aproveito para publicá-la aqui, preciso extravasar minha indignação.Ei-la abaixo:
"Estimado director,
He acompañado por la prensa brasileña y por este periódico electrónico las noticias sobre los 30 brasileños "inadmitidos" ayer en el Aeropuerto Internacional de Barajas. Es lamentable la práctica ahora común adoptada por la Policía de Aduanas española respecto a mis compatriotas, ya que muchas veces las justificativas para evitar su entrada al país no coinciden con la realidad. El motivo por el que les escribo, además de expresar mi indignación con el desrespeto a las relaciones diplomáticas entre las dos naciones, es además para llamar la atención a un hecho que fue omitido en el artículo de El País: entre los "inadmitidos" estaban dos estudiantes de postgrado en Ciencias Sociales, que estaban de paso por Madrid, a camino de Lisboa, donde participarían en un Congreso Internacional de Ciencia Política. Este hecho causó malestar entre la comunidad académica brasileña y entre los brasileños que necesitan viajar a la Península Ibérica por razones académicas. Estuve hace tres años en España como becaria del Ministerio de Asuntos Exteriores y Relaciones Internacionales, haciendo un curso de postgrado en Madrid. Pensaría dos veces para hacer el mismo viaje otra vez ahora.
España es uno de los principales destinos turísticos en el mundo, y muchos brasileños eligen su país para disfrutar las vacaciones. ¿Acaso estaremos, de ahora en adelante, sujetados a vivir el malestar de la expectativa de ser indamitidos en su país? Imagínense si cada brasileño saliera a España sin la seguridad de poder ingresar al país, sería muy incómodo probarlo.
Es importante que se aclare si la práctica aplicada a los brasileños se trata de una medida discriminatoria, pues en 2007 fueron más de 3000 los brasileños que, frustradamente, regresaron a Brasil después de la humillación de ser "inadmitidos" en territorio español. Algunos periódicos brasiléños ponen de relieve que los motivos para no permitir que los estudiantes Pedro Lima y Patricia Rangel embarcaran rumbo a Lisboa no coinciden con los hechos reales: contaban con tarjeta de crédito internacional, euros suficientes para atender a sus gastos y carta de invitación de la organización del evento.
Agradezco el espacio como lectora y espero buen desenlace para lo acontecido.
Saludos desde Brasil,
Fabiana Brandáo Silva Amorim"
Espero que possamos abrir a discussão sobre esses temas, é preciso reinvidicar respeito pelo nosso país e pelo nosso povo.
Abraço,
Biazinha.
Espero que possamos abrir a discussão sobre esses temas, é preciso reinvidicar respeito pelo nosso país e pelo nosso povo.
Abraço,
Biazinha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário