quarta-feira, agosto 08, 2007

Tlaloc, deus azteca da chuva.


Pois entáo. Vivi uma greve de palavra. Dessas que a gente quer ficar quietinha com a luz apagada, e náo sai nada das máos ou da boca. Aos poucos recupero vocábulos e forma, e vamos caminhando. Tenho algumas coisas sobre as quais gostaria de falar. Saudades do Brasil: da minha família e dos meus amigos. Quase um mês em solo mexicano. Quando vai-se criando uma rotina no lugar, a saudade aperta. Sempre é assim, quem viaja sabe.


O México continua se abrindo em seus mistérios, em sua política digna da mais alta ficcáo (agora, além de náo ter til, náo tenho cedilha nos meus textos...), em suas belezas. Ontem fomos ao Palacio Nacional; eu delirei com os murais de Diego Rivera, nos quais conta-se a História do México, desde as culturas pré-hispânicas até os dias de Rivera. O Palácio é um edifício belíssimo, de estilo portentoso, fica no Zócalo, ao lado da Catedral. Havia puros turistas estrangeiros, parecíamos estar em alguma cidade européia.


Caminhamos pelo Mercado La Moneda, uma feirinha ao estilo da Rua 25 de marco: é um desses lugares com produtos chineses a máo cheia, com muuuita gente circulando, corredorezinhos apertados, gente pisando no seu pé, sacolas pra todos os lados. Coincide que por esses dias os pais estáo comprando material para o novo ano escolar (que comeca dia 13/08), e aquilo lá estava um pequeno inferninho. Ao longo dos corredores formados pelas barraquinhas de lona, nos dois lados da rua, erguem-se edifícios maravilhosos, cheios de história e de marcas do tempo. Incluem-se entre as marcas do tempo os distintos tremores de terra que, vez ou outra, fazem estragos pela cidade. A regiáo do centro é vítima regular desses fenômenos naturais pois o seu solo é menos denso que o solo vulcânico de Coyoacán (onde se hospeda esta que vos escreve), por exemplo, que praticamente fica incólume aos sismos. Fiquei impressionada com os edifícios tortos, as paredes muito rachadas, os desníveis de alguns terrenos. Entramos em uma igrejinha linda, que praticamente tinha sua fachada inclinada em um ângulo de uns 15° - pelo menos... -, uma coisa espantosa para os meus olhos brasileiros.


Fomos também às ruínas do Templo Mayor. Aquilo lá precisa ser visto, sentido, tocado com a alma... E vale a pena entrar no site do museu, já que a viagem vai esperar um pouco... (E só colocarei fotinhas dentro de alguns dias).


Volto a escrever depois para falar de cozinha mexicana. Esse é um tema que muito me interessa e sobre o qual quero escrever algumas impressóes. Quero, antes de ir, comentar uma "emocao de exilados": ontem, ao caminhar pelo centro, emocionei-me com a visáo da bandeira brasileira dependurada nos postes, intercalada com a mexicana. A visita de chefes de Estado é marcada com esse gesto protocolário, e é sabido que Lulinha andou por aqui...


Saudacoes e forte abraco,


Biazinha.

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