terça-feira, novembro 14, 2006
Quereres (again)
Eu quero o mundo desorganizado e melancólico dos filmes em preto e branco. Quero Bergman, W. Salles, Keaton. Eu quero a Arte no plural, com todas as suas arestas fulgurantes. Quero a intensidade dolorosa dos domingos, com seu visgo deprimente e a falta de vontade de tudo. Eu quero a loucura, a falta de controle, a coragem pra amar o que não se entende. Eu quero amar o que eu não entendo. Quero adotar um menino; e cuidá-lo. Eu quero o samba, a pungência do samba. Eu quero a espontaneidade e a leveza. Eu quero o sem-fim do horizonte e a lua quando parece ter três-quartos de luz e alvura. Eu quero a poesia de tudo. Eu quero o mundo, e o que não cabe nele, ou em mim mesma.
Quero não ter medo de amar. Quero ir no carro de Thelma e Louise, e se der, parar nos desertos e apreciar o por do sol num canyon, como fez Janela.
Eu quero tudo. Eu quero o mundo. Eu quero gritos e sussuros. Eu quero o fundo.
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