sábado, dezembro 22, 2007

Reminiscências


Duas vistas da minha terra.

Estou em Conquista. Vir para cá tem sempre o mesmo gosto de chegar a um lugar muito meu, muito eu mesma. E tem umas nostalgias que são já muito empoeiradas, e têm outro gosto, um gosto seco e meio abafado. Tem uma casa em estilo oriental, que sempre me deixa com nó na garganta: lá, dizem, houve um assassinato terrível, e desde então a casa está abandonada, entregue ao capim, à poeira e ao tempo. As grades estão enferrujadas, as paredes manchadas e o desmanzelo reina por entre as grades que a cercam.

Aqui em Conquista, um sol muito amarelo invade as ruas e as alamedas do centro no verão, mas as noites não deixam de ser friinhas, frescas e muito estreladas. O verão não significa guardar as peças usadas no inverno, parece outro país.

Gosto da gente simples na feira, dos que vendem verduras e feijão de corda, feijão andu, cestarias, flores. Gosto de ir à feira para ver a vida real que pulula entre as barracas, ver as pessoas em sua labuta, conversar com eles e ouvi-los.

Estar aqui é estar no interior. Com todas as coisas boas, e as coisas más que há nisso. Eu não gosto de muitos dos valores interioranos, mas eu gosto de estar aqui, dos antigos laços que um dia eu estabeleci com pessoas adoráveis, e reencontrá-las, estar um bocadinho de prosa com elas, respirar o mesmo ar de gente que vive em outra temporalidade... :se bem que por aqui há gentes que vivem numa vida bem mais estressada que a minha!

Voltarei para falar dessas férias. Estarei por aqui algumas semanas, e quero retomar essas reflexões. Um Feliz Natal para todos, caso eu não volte antes da terça-feira!

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