segunda-feira, agosto 27, 2007

Crônica da Cidade do México

Vista parcial do Palacio de Bellas Artes e do Edificio de los Correos.

Este é o lugar fundado pelos mexicas. Estamos entre os 2.240 e os 3.700 metros acima do nível do mar , no Valle de México. Quase sempre sinto frio, mesmo sendo veráo. A cidade me fascina, com suas avenidas imensas, misturadas a pequenos povoados que foram incorporados pela metrópole e surgem, de repente, em meio a bairros e ruas modernas. Você vai por uma avenida como o Eje 10 sur, por exemplo, e em um determinado ponto topa com o povoado Los Reyes, com suas ruazinhas tortas e estreitas, já completamente incorporadas pelas vias amplas e sua modernidade.


A Cidade do México se abre em parques, museus, cafés, edifícios históricos e muita coisa interessante que ver e conhecer. Esse lugar me tem completamente fascinada. Já nem falo só de Coyoacán, onde poderia viver perfeitamente e onde posso passar bons momentos cada dia. Coyoacán e suas cores. Aqui descubro que náo há as cores de Frida Kahlo; o que fez Frida foi pintar com as cores de Coyoacán. Descobri, caminhando pelo Museo Nacional de Antropología, que as cores do México (que também sáo as de Coyoacán, de Frida, de todo o país) sáo as cores dos Aztecas e Mayas. Os antepassados desse povo adorável usavam e abusavam dos pigmentos naturais amarelos, azuis, vermelhos e amarronzados, o que pude ver nas pinturas de várias esculturas.


Vive-se, aqui, entre vulcóes adormecidos, aos pés do belíssimo Ajusco, cuja estrada me entorpeceu de um prazer estético e sensorial únicos. A idéia de estar próximo a vulcóes deve também fascinar esse povo.


Aqui, a natureza é máe e madrasta. Os habitantes do DF convivem com a ameaca dos tremores de terra, e o mais impactante deles até hoje, o de setembro de 1985, permanece vivo na memória de quem viveu o horror daquele episódio. Foram dezenas de milhares de mortos, os quais náo foram anunciados oficialmente (leia isto). Algumas regióes da cidade sofrem mais com os tremores que ocorrem. Ouvi dizer que acontecem 8 tremores diários na Cidade do México, os quais, por sua baixa intensidade, náo sáo sentidos pela populacáo. Imagem isso: oito vezes ao dia sentir que a terra se move, isso seria desesperador para mim.


Alguns bairros (aqui chamados colonias) estáo fora do solo vulcânico e, por essa razáo, sofrem toda a violência dos tremores. Os de solo vulcânico contam com uma espécie de amortecimento, e podem passar quase incólumes aos tremores mais intensos. Sinto-me segura em Coyoacán pois essa é uma regiáo com esse tipo de solo. Quando estou no centro da cidade, vivo constantemente a fantasia de que ali os tremores podem fazer mais estrago... e de que náo estou a salvo. Os habitantes da Cidade do México têm um tema oficial em seus pesadelos: os tremores de terra. E os que vêm a passar um tempo ou viver nessa cidade adotam-no como tema também.


Gosto de andar nos peseros, os micro-ônibus que circulam pela cidade e custam 2,5 pesos para os primeiros 5 kms. Gosto da Avenida Insurgentes, a maior avenida do mundo; e de caminhar pelo Centro Histórico, entre ruas que me transportam a outra época. O Centro Histórico à noite é mágico, e de fato é como se estivesse em outro século. Mesmo com a iluminacáo elétrica, o lugar tem um ar de mistério e me sinto outra pessoa.


Amo os páes doces, vendidos em confeitarias e cafés! Há uns que se chamam mantecadas, ai!, sáo de me enlouquecer! É maravilhoso entrar em uma confeitaria num fim de tarde ou comeco de noite, e tomar um capuccino com mantecada! Tudo isso me deixa fascinada com essa cidade!


Há muitos programas culturais bacanas - e totalmente grátis - que se podem fazer. Há muitos museus de entrada livre, espacos culturais com programacáo deliciosa, e também feirinhas de artesanato e artes plásticas ao ar livre, em pracas pitorescas e lindas.


A Cidade do México me tem maravilhada. E quero voltar a escrever mais sobre as minhas impressóes amorosas desse lugar esplêndido!
Saudacóes do México,
Biazinha.

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