quinta-feira, julho 26, 2007

Boletín cinco - en San Juan del Río

Estou em San Juan del Río, ainda. Hoje choveu um pouco à tarde. O melhor do México estáo sendo os mexicanos. Estou passando momentos muito agradáveis ao lado de Apolo e sua família. As viagens, os passeios, as comidas seguidas de ricas conversas que váo de psicanálase às passagens de Fidel Castro e Che Guevara por Ciudad de México da época dos planos para a Revoluçáo Cubana. Apolo tem uma família, no mínimo, bem interessante, e é bacana amar alguém que tem uma família assim.
Hoje fomos conhecer o Museo de la Muerte. E compartilho com voces uma coisa: é maravilhoso chegar a um museu ao lado de dois antropólogos (meu cunhado Tona e sua esposa, Aida). Trata-se de um museu pequenininho, mas cuja sala me fez refletir sobre Vida e Morte e sobre os rituais humanos que acompanham esses dois momentos. Fez-me lembrar de Bataille descrevendo a relaçao que o ser humano estabeleceu com a morte, no seu O erotismo.
San Juan del Río está sendo da Literatura. O pai de Apolo tem uma biblioteca maravilhosa, e ele mesmo é uma biblioteca: homem de vastíssima cultura, psiquiatra apaixonado pelas Letras e por Filosofia, é leitor apaixonado de Kafka, Juan Rulfo, Dostoiévski, e muitos outros autores que meu paideuma um dia deseja alcançar. As conversas de "sobremesa" sáo verdadeiras aulas, e passamos às vezes horas e horas sentados em volta das mesas da casa de San Juan (todas redondas... rs).
Na terça, fomos Apolo, sua máe, sua irmá e eu a Bernal, um povoado perto daqui, onde fica a Peña de Bernal, a terceira maior penha do mundo. Subimos a danada, foi uma subida um tanto cansativa, escorregando nas pedras, suando a camisa, mas a vista de lá do alto vale a pena do caminho: a vontade que dá é a de ser pássaro.
Ontem nos esperava outro passeio, dessa vez com toda a família reunida: também estavam tio Félix e sua família, e outro tio de Apolo, tio Óscar, que é escritor e que me perguntava, animado, sobre Guimaráes Rosa e Clarice Lispector, esta última de quem leera ótima crítica e lhe havia interessado muito. Eu lhe recomendei dois livros de contos: Laços de família e Felicidade clandestina; vamos ver se ele os encontra aqui. Nós nos encontramos num balneário simpático de Tequisquiapan, uma cidadezinha de 50 mil habitantes, muuuito linda, cujas ruas me deixaram deslumbrada.
Meus dias no México me animam sobretudo porque estou ao lado de pessoas que gostam daquilo que eu gosto. É bacana estar com alguém que me diga "que bacana que voce estudou Letras!" ao invés da limitada colocaçao "por que alguém escolhe estudar Letras??..." ou coisas do nível.
O que me dei conta é de que meu lado poeta gostaria de morar em Tequisquiapan, ou Santiago de Querétaro. Sáo lugares lindos, lindos. Santiago de Querétaro foi declarada Patrimonio da Humanidade pela UNESCO, por aí voces imaginam a beleza...
Quando volte ao DF prometo atualizar o álbum de fotos e deixá-los felizes com as minhas aventuras de cavaleira andante... rs
Aproveito para abraçar outra vez minha máe linda e meu irmáo Vini pelos seus aniversários e dizer que sinto saudades do meu país apesar de estar amando cada minuto na terra de Frida Kahlo.
Cuidem-se, um abraço no coraçáo de voces todos,
Biazinha.

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