Do alto da Torre de Capim Lilás, eu espio o mundo. Vejo muitos lados: o de dentro, os de fora, os oblíquos, os intensos e os desbotados. Ninguém me olha do mesmo jeito que outro. Alguns me acham bela, outros me acham muito pálida, outros poética, há outros ainda que me acham indefinida. Espio o mundo do alto de uma torre. E de capim. E de capim lilás.
Tenho muitos jeitos de viver, e gosto que todos sejam de brincar.
Uma vez sonhei uma estrada linda, e tento encontrá-la todas as manhãs.
A Torre é alta, e de capim, e lilás. Não a pintam poetas. Não a desenham músicos. Mas bailarinos a tocam com as pontas dos dedos, numa leveza de que só eles são capazes.
Abro as portas da Torre pra que meus caros amigos entrem. E tomem assento entre os poemas que encontrarem pelos desvãos, e se embriaguem com os entardeceres e as horas cheias de intensidade.
Bem-vindos à Torre de Capim Lilás. Eis meu recanto cheio de solidão e poesia!
Um beijo azul.